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quarta-feira, março 20, 2013

A VERDADE DAS CRECHES


A antiga carência de creches na cidade de São Paulo, assinalada em recente reportagem do jornal Diário de São Paulo sobre o que acontece no Capão Redondo, mostra mais uma vez a distância que existe entre a vida real e as soluções mágicas alardeadas nos palanques eleitorais. Tanto a atual administração, na campanha de 2012, como a anterior, na campanha de 2008, prometeram solução rápida e definitiva para o grave problema de os trabalhadores paulistanos não terem onde deixar suas crianças, quando saem para trabalhar. Mais exato é falar nas trabalhadoras paulistas, porque, na realida (ainda), sobra para elas a tarefa de cuidar das crianças.

Acontece que não se pode falar em solução instantânea para a carência de creches, quando se sabe que há cerca de 100 mil crianças esperando vaga na cidade de São Paulo. São quase 100 mil hoje, começo de 2013, e certamente serão mais de 100 mil dentro de um ano. Por quê? Porque numa metrópole de mais de 11 milhões de habitantes, num país que ainda registra crescimento demográfico constante, sempre surgem mais crianças. Ou porque nascem aqui ou porque chegam de outras cidades e de outros estados, o número de bebê nunca para de aumentar, em território paulistano.

O poder público até tenta acompanhar esse ritmo. Os últimos dados apresentados demostram que as autoridades se empenham em conseguir soluções para a criançada que fica em casa enquanto os pais saem para trabalhar. Uma solução que funcionou por um bom período foi a de a Prefeitura bancar as despesas de casais que se dispunham a acomodar em suas casas os filhos de vizinhos. Até hoje, pelo que se sabe, essa solução ainda é praticada, mesmo sem subsídio da administração municipal. Em favelas, principalmente, a vizinha sem filhos, que só trabalha em casa, "toma conta" das crianças de duas ou três vizinhas que trabalham fora de casa, recebendo um pouco de cada uma.

Essas e outras improvisações vão persistir e se multiplicar, ao mesmo tempo em que o poder público municipal continuará à cata de recursos para construir, desapropriar, tentar parcerias como parte do objetivo de garantir vagas para quase 100 mil crianças que estão na fila. Sem necessidade de nenhuma pesquisa, dá para afirmar que em 2016, na próxima campanha eleitoral para prefeito de São Paulo, a carência de creches constará da pauta dos candidatos, uma vez mais com a oposição acenando com soluções num estalar de dedos e a situação explicando que não é bem assim.

A verdade das creches é que não existe, em todo o Brasil, uma política voltada para esse problema que se agrava nas cidades médias e grandes, mas ocorre até mesmo em cidades de menor porte. Também é verdade que o mesmo se dá em outros setores: candidatos prometem para ganhar eleição, mesmo sabndo que depois não cumprirão o prometido.

Editorial Jornal Diário de São Paulo, desta quarta-feira (20/3)
SECOM/CPP

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